segunda-feira, 20 de abril de 2009

A descoberta (continuação).

A pressão está caindo muito. Repare só nas batidas do coração, calmas, leves.
Sua respiração continua intacta. Estranho, nunca vi nenhum paciente assim.
- Já avistaram a família?
- Não, creio que não.
Para todos a garota era enigmática. Menos para mim... Eu era o único que tinha concebido o dom de ler os pensamentos dela. O único e próprio que conseguia se comunicar com ela. De longe, sentia o calor de seu corpo me chamando. Porém, não passava disso. Não escutei sua voz uma única vez naquela manhã. Betine e eu sempre fomos companheiros. Penetrávamos nas nossas conversas quase que a cada minuto, segundo.
- Veja que estranho, já se passaram quase uma semana e ela ainda permanece adormecida.
- Os policiais estiveram aqui essa tarde. Não deram nenhuma notícia construtiva. Só a suspeita de uma possível família.
O hospital antigo era grande. Oferecia uma bela paisagem colorida, situada em meio de árvores e flores nativas. As "fadas" também moravam ali. Viso que elas que transmitiam a magia e a coloração do lugar. A alegria das flores. Apenas o casal de idosos parecia angustiado. Foram se aproximando, subindo as escadarias até alcançarem a porta principal.

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